sexta-feira, 22 de abril de 2011






André e Paula: em
algum lugar por aí
tem um casal igual

* Por Silvana Alves

Recém casados chegam ao hotel, em algum lugar do nordeste para tão esperada lua de mel. André, jovem publicitário, apaixonado por Paula, uma fisioterapeuta patricinha que nunca exerceu a profissão, tem todos os gostos, desejos e mimos realizados pelo maridinho.
Ainda no namoro, Paula, conseguiu fazer com que o rapaz, inteligente, empreendedor e apaixonado pela vida, deixasse uma promoção, porque ele teria de mudar de cidade, e claro, o namoro diário se tornaria semanal.
André, que sempre “obedeceu” a namorada, cedeu aos desejos porque não sabia dizer NÃO para aquela menina indefesa. A paixão dos dois começou na faculdade, e claro, ela também controlou todos os passos dele. Festas, baladas com amigos.. ah, só com o aval dela.
O rol de amigos do jovem resumia-se apenas a alguns professores, as amigas da Paula e um nerd que ficava perambulando pelos corredores da faculdade. André, não aproveitou a faculdade como a maior parte dos universitários, sempre ficou preso aos desejos da namorada.
No baile de formatura, os dois ficaram noivos. Um ano depois, veio o casamento e hoje, a lua de mel. Ainda no hall, enquanto preenchia a ficha para cadastro, ele ouvia a mulher de sua vida conversar com sua mãe pelo celular.
As conversas que ele havia presenciado por mais de 6 anos, só agora, na lua de mel, ele entendeu. A tão querida sogra era como a filha. Opositora, mandava e desmandava no marido, e o sogro foi impedido muitas das vezes de realizar algo porque a mulher não aceitara.
De repente André, parou os olhos naquele momento e sentiu saudades de tudo que ele não tinha vivido por impedimento da amada.
“Amada?”, perguntou para si mesmo.
Por algum motivo, aquela conversa de mãe e filha impositoras soou com outros ares e André deixou de assinar a ficha da reserva. Pegou às malas, puxou Paula pelo braço, desligou o celular dela... ela claro gritou!!!
Ah, e ele também. Ela ficou sem reação. Entraram no táxi de volta para o aeroporto. Ela querendo explicações e ele quieto. Quando entraram no avião, ele disse a ela.
-Paula, o que sinto por você não é e nem nunca foi amor. É falta de amor. O que você sente por mim, é um desejo incontrolável de querer mandar. Vamos voltar para as casas de nossos pais e viver cada um a sua vida.
Ela sem querer acreditar que o mocinho acordou para a vida, começou a chorar e gritar. Mas dessa vez ele foi firme e apenas disse.
-Quem ama vive e deixa o outro viver. Tem confiança e não impõe ordens. Quem ama respeita!

* Jornalista formada pela FATEA (Faculdade Integrada Teresa D´Ávila). Duas palavras falam por mim: vida e poesia.

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