quinta-feira, 25 de novembro de 2010




Ouro sob água

* Por Suzana Vargas

Só me lembro que atrás de nós havia um morro
a mata
No centro, a música, o violão
Fazia frio e nuvens
se aqueciam pelo som.

Havia, entre outros,
uma água
um menino cortando cabelo na beira da casa
as tangerinas no pé.

Do grupo, um homem
me perguntava
sobre a melhor forma
de começar um banho
sem reparar no profundo da questão

-- Entro devagar
ou de uma vez por todas? Perguntou



-- Por todas, respondi
Não há céu ou inferno
que comece devagar

* Poetisa gaúcha, radicada no Rio de Janeiro, autora de literatura infantil e ensaísta. Tem 16 livros publicados, entre os quais “Sombras chinesas” , “Caderno de Outono” (indicado ao Prêmio Jabuti) e “O amor é vermelho”.

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