quarta-feira, 29 de setembro de 2010




Preciso

* Por Sayonara Lino

O tempo passa e o cotidiano absorve o que ainda não posso compreender. Caminho entre incertezas, sem garantias, mas acreditar sustenta meus desejos. A impermanência me acompanha e sigo o caminho que suponho ser o mais adequado aos meus anseios.

Deixar para trás o que nada acrescenta pode ser uma forma de renovação. O bom da vida é poder recomeçar. De verdade, nada sei. Foi necessário assumir minha impotência diante do inevitável. Apenas segui.

Enxergo beleza no inimaginável, me surpreendo com o que parece trivial para outras pessoas, me alegro ao ver um pedaço de papel elaborando coreografias em meio à ventania. Faço mais do que posso e menos do que gostaria. Vivo intensamente e procuro calmaria sem tédio. Paz sem melancolia, felicidade sem estardalhaço, doação sem recompensa.

Gosto de estar em minha companhia, persisto por convicção, preciso ampliar meus horizontes, experimentar para saber qual é o gosto de arriscar sem receio. Nada é preciso. Preciso vivenviar mais do que o possível.

* Jornalista, com especialização em Estudos Literários pela Universidade Federal de Juiz de Fora e atualmente finaliza nova especialização em Televisão, Cinema e Mídias Digitais, pela mesma instituição. Colunista do portal www.ubaweb.com/revista

4 comentários:

  1. Inspiradíssima!
    Lindo texto Sayonara e uma bela
    reflexão.
    Beijos

    ResponderExcluir
  2. Obrigada, Nubia, pela presença e carinho de sempre! Beijos!

    ResponderExcluir
  3. Conteúdo preciso, sábio, que ensina na medida certa, sem querer ser professor. Caiu para mim feito aquelas roupas de natação, que foram banidas, e até rasgavam nas horas impróprias. Está perfeito.
    Dois destaques:
    "me alegro ao ver um pedaço de papel elaborando coreografias em meio à ventania."
    Pois dá uma dimensão de grande acontecimento aquilo que os menos sensíveis não veem.
    E:
    "Paz sem melancolia, felicidade sem estardalhaço, doação sem recompensa."
    Eu quero tudo isso pra mim também!

    ResponderExcluir
  4. Muito obrigada, Mara, pelo generoso comentário! Que bom que gostou! Abraço!

    ResponderExcluir