terça-feira, 25 de maio de 2010




Missa do Galo

* Por Talis Andrade

Tocam os sinos
de Belém alegrando
fandangos e marujadas
Pela televisão
o Papa reza a Missa do Galo
a chamar o dia
afugentando a madrugada

Tocam os sinos de Belém
consagrados sinos
fundidos com ligaduras
de ouro cobre mercúrio
estanho ferro e chumbo
Nos quatro cantos do mundo
o povo canta esperando um prodígio

o Anjo que não vem

Em todos os recantos da cidade
espocam fogos de artifício
espocam os champanhes
Em todos os recantos da cidade
tocam os sinos de Belém

eu sem ninguém

(In “Herdeiros da Rosa”. Olinda, Livro Rápido, 2006)

* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).

2 comentários:

  1. Que lindo poema, Tális. Revi passagens de minha infância.
    Abraço

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  2. Os anjos nascem da pureza
    dos pensamentos.
    Lindo Talis.
    Abraços

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