sábado, 22 de maio de 2010


B. B. King

* Por Clóvis Campêlo

Riley Ben King, mais conhecido como B. B. King, nasceu no dia 16 de setembro de 1925, numa plantação de algodão, na cidade de Itta Bena, no Mississipi.

Considerado por muitos como um dos maiores guitarristas de blues ainda em atividade, também é chamado de Rei dos Blues, apesar de não ser um virtuoso na guitarra. Seus solos são econômicos, com poucas notas, e por isso costuma dizer que faz uma nota musical valer por mil.

Teve uma infância difícil. Aos nove anos, já vivia sozinho, trabalhando e colhendo algodão no campo, o que lhe rendia míseros 35 centavos de dólar por dia. Começou a tocar nas esquinas da cidade simplesmente para arrecadar mais algum trocado.

Em 1947, aos 22 anos de idade, munido apenas da sua guitarra e de U$ 2,50, mudou-se para Memphis, no Tennessee, decidido a seguir a carreira musical.

Decidiu-se a tocar blues depois de ouvir o blueseiro T-Bone interpretando “Stormy Monday”, com sua guitarra elétrica, numa noite de sábado.

A primeira grande oportunidade da sua carreira surgiu em 1948, no programa de rádio de Sonny Boy Williamson, na estação KWEM, de Memphis. A partir daí, passou a atuar no "Grill" da Sixteenth Avenue e mais tarde na estação radiofónica WDIA, com uma equipe e direção exclusivamente formada por negros.

A partir dos anos 50, começou a fazer turnês nacionais, solidificando o seu nome como um dos grandes intérpretes americanos do blues. Em 1956, ele e sua banda chegaram a fazer 342 concertos durante todo o ano, numa verdadeira maratona física e musical.

Em 1969, foi convidado para fazer a abertura de 18 concertos dos Rolling Stones, aumentando a sua credibilidade e abrindo caminho para a carreira internacional. Começou a participar de festivais de jazz em todo o mundo, incluindo o Newport Jazz Festival e o Kool Jazz Festival de Nova York.

Nos anos 80, fez uma turnê de três meses pela Austrália, Nova Zelândia, Japão, França, Alemanha, Holanda e Irlanda, como convidado especial do grupo U2, além de participar da gravação do álbum Rattle and Hum, com a música “When love comes to town”.

Nos anos 90, descobriu a América Latina, fazendo concertos em vários países, inclusive no Brasil. Segundo os estatísticos de plantão, ao longo da sua carreira, B. B. King já atuou em mais de noventa países, consolidando o seu nome como grande nome do blues e do rock internacional. Além de ganhar vários Grammys por conta dos seus sucessos, B. B. King foi nomeado pela Gibson Guitar Co. como embaixador das suas guitarras pelo mundo.

Por falar em guitarras, desde a década de 50, gosta de chamar os seus instrumentos de Lucille. E isso tem uma explicação: em 1949, no Arkansas, King arriscou a vida para salvar uma guitarra de 30 dólares abandonada no palco em que se apresentava, após um incêndio. O incêndio fora provocado por um barril cheio de querosene, que se incendiara após uma briga entre dois homens por causa de uma mulher chamada Lucille. A partir daí, batizou as suas guitarras queridas com esse nome.

Com o seu nome hoje reconhecido em todo o mundo, B. B. King recebeu, em 2006, das mãos do presidente George Bush, a Medalha Presidencial da Liberdade.

Antes, em 2004, foi premiado como Ph.D honorário da Universidade do Mississipi e recebeu do Conservatório Sueco Real o Prêmio de Música Polar.

Em 1990, já havia recebido a Medalha nacional de Artes, concedida pelo governo dos Estados Unidos da América.

Quando um dia perguntaram a John Lennon qual a sua maior ambição como músico, ele respondeu: “Tocar guitarra com B. B. King!”

* Jornalista e poeta do Recife/PE

Um comentário:

  1. Caro amigo:
    Agradeço por mais essa postagem. Sou-lhe extremamente grato. Grande abraço

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