quinta-feira, 31 de dezembro de 2009


Sonhando alto demais

Caríssimos leitores, bom dia. Espero que neste último dia de 2009, antes mesmo de se disporem a assistir à tradicional Corrida de São Silvestre e muito mais antes de iniciarem seus preparativos para o reveillon, vocês dêem uma passadinha por aqui e se deliciem com o “cardápio” que lhes preparei.
Nesta véspera de 2010, repito, mais uma vez, o que já se tornou hábito (creio que saudável), por aqui, que é o de responder às consultas de leitores e registrar, portanto, com grande satisfação, o e-mail da leitora Maria Inês Gonçalves, que me faz uma espécie de provocação.
Escreve, a referida freqüentadora do nosso espaço: “Se você tivesse uma varinha mágica, que aliás foi o título da sua crônica anterior, que transformasse em realidade tudo o que deseja, o que você mudaria em 2010?”.
São tantas coisas, Maria! Primeiro, recorreria a uma espécie de clichê. Acabaria com todas as guerras e controvérsias e instalaria a paz no mundo. Sou exagerado, não é mesmo? Mas... já que é para sonhar, vamos sonhar superlativo.
Outra coisa que faria seria a de reverter o fracasso da conferência mundial sobre o clima, realizada recentemente em Copenhague, e torná-la um decisivo e inquestionável sucesso. Faria com que todos os estadistas, sem exceção, se comprometessem (e cumprissem, claro) com a preservação do meio ambiente. Essa atitude, queiram ou não, é a única forma de livrar o mundo da catástrofe que se avizinha.
Minha “varinha mágica” reduziria, drasticamente, as desigualdades econômicas e sociais mundo afora, atualmente gritantes e aberrativas e, com isso, a violência em todos os níveis, se não fosse eliminada por completo , seria reduzida a índices muito próximos de zero.
Em termos de Literatura, aliás o assunto de verdade deste espaço, faria com que algum escritor brasileiro (e são tantos os que merecem) finalmente conquistasse o Prêmio Nobel. E por que isso? Porque uma conquista desse porte implicaria na valorização de todos que, como nós, se dedicam às letras. Esse sucesso, certamente, “respingaria” um pouquinho em todos nós, em mim, em você, em fulano, em sicrano e assim por diante.
Como você vê, Maria, sou ousado em meus desejos. Afinal, sou poeta e os poetas enxergam o mundo sob um prisma muito mais grandioso ou, pelo menos, não tão banal quanto a maioria o vê.
Quer saber de mais um dos meus sonhos, que tornaria em realidade? Minha “varinha mágica” faria com que todas as editoras do País publicassem pelo menos um livro de poesias, mas de poetas brasileiros, principalmente dos novos, que batalham tanto por espaço, buscando seu lugar ao sol. Seriam, pois, mais de cem os publicados, o que é muito melhor do que ocorre hoje, quando praticamente não há nenhuma publicação do gênero.
Mas meu sonho é ainda mais ousado. Nele, as editoras não se limitariam, meramente, a publicar esses livros, mas fariam todo empenho possível para que eles chegassem às mãos de milhões de leitores espalhados por este país-continente. Somos 192 milhões de brasileiros. Se desse total, pelo menos vinte milhões tivessem acesso a essas publicações, tudo, certamente, seria muito melhor do que é hoje no Brasil.
Finalmente, Maria, cito somente mais um desejo que transformaria em realidade, embora tenha uma lista enorme deles, tão extensa que não caberia de forma alguma neste espaço. Este último, que quero citar, é o de que as cestas básicas, destinadas às pessoas carentes, incluíssem pelo menos um livro por mês.
Mesmo que quem as recebesse não viesse, num primeiro momento, a ler (ou por serem analfabetos ou por não gostarem de leitura), aos poucos seriam vencidos pela curiosidade. E quando nos déssemos conta, até inconscientemente, acabariam por adquirir esse saudável hábito, principalmente as crianças dessas famílias, o que transformaria para melhor as suas vidas.
Mas o sonho todo especial, que concretizaria num piscar d’olhos (ou num agitar da “varinha mágica”), seria o de ver todos vocês, colunistas, colaboradores, seguidores e visitantes do Literário, prósperos, felizes e realizados, não somente em 2010, mas em todos os anos da vossa vida.

Boa leitura.

O Editor.

7 comentários:

  1. Aproveito o espaço para desejar um ótimo 2010 a todos: Pedro, colunistas, colaboradores e os caríssimos leitores! Beijos!

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  2. Pedro, desculpe a intromissão, mas acho incompatível preservar o planeta e tornar todos os povos ricos. É apenas uma opinião de leiga, mas com as tecnologias existentes, acho inviável. Numa análise geral, vejo que uma característica sua mostrou-se marcante: a generosidade. E que para o ano novo e os outros anos do resto das nossas vidas, você continue a manifestar tudo isso e muito mais.

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  3. Aproveito para desejar um 2010 de sucesso,paz,amor e saúde ao Pedro, aos leitores, colaboradores, colunistas, enfim, a todos os que fazem o Literário acontecer.
    Feliz Ano Novo !

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  4. E que nunca falte energia elétrica; do contrário, não poderemos acessar as tecnologias, perderemos os arquivos e regridiremos à barbárie. E que nos sobre a todos energia para continuarmos na criação literária. Saúde, pessoal, muita saúde para todos!

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  5. Esqueci de pedir que não soltem fogos barulhentos, pq meus gatos estão apavorados, encolhidos pelos cantos da casa. Grato.

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  6. Querida Mara, concordo que meus desejos de preservação do Planeta e riqueza para todos sejam (infelizmente) incompatíveis e até contraditórios. Daí o título do editorial, que sugere que isso não passa de mero sonho que dificilmente (ou certamente) se realizará.

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