quarta-feira, 30 de dezembro de 2009




A lua deitada sobre o Carlos Prates

* Por Marcos Alves

Pela janela vejo a lua deitada sobre o Carlos Prates.
onde jovens movidos a ansiedade e hormönios
produziram noites insones e falas aceleradas,
saraus, loucuras pós-juvenis...

Já com 20 anos passados,
independentes e com um Belo Horizonte ao redor,
a lua deitada sobre o Carlos Prates
tem essa aura de nostalgia sem saudade
nem remorso.
Apenas memória, registro subjetivo
de acontecimentos certos e inusitados,
causa e efeito, ação e movimento
a que estávamos fadados a fazer acontecer.

Sem motivo aparente, a não ser pelo fato
de estarmos vivos,
repletos de sentimentos e expectativa,
coisas da idade.
Mover a roda enquanto o mundo girava
nos levando sei lá para onde.

O mundo deu voltas. Hoje estou a ver
o Carlos Prates pela janela,
quando já nem sonhava voltar.
Amores fugazes, não mais.
Um só, mais ao compasso do coração.
Tantas caminhadas, tropeços,
decepções, recomeços
e, de repente,
a vida torna a surpreender. Essa lua...

A lua se foi. O tempo é inexorável, nós não..
Não sei se a lua é abstrata ou concreta.
A lua é bela.
Efêmera e inigualavelmente
bela
deitada sobre o Carlos Prates

*Jornalista, www.marcos-alves.blogspot.com
.

Um comentário:

  1. Linda poesia!
    A Lua é bela, mas o tempo...esse vive
    a fugir de nós.
    Adorei Marco.
    Feliz Ano Novo pra ti.
    Beijos

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