domingo, 20 de dezembro de 2009


Literatura de Natal

Prezados e fiéis leitores, boa tarde.
Observando a relação dos livros mais vendidos da semana, publicada na coluna “Estante” de hoje, não vejo nenhum que se refira ao Natal. O que mais se aproxima do tema é o que aborda o principal personagem do evento, (e de todos os que já passaram sobre a Terra em todos os tempos). Trata-se do livro “Jesus, o maior psicólogo que já existiu”, de Mark Baker, lançamento da Editora Sextante, e que ocupa a 13ª posição na categoria “Auto-Ajuda e Esoterismo”. Não trata, porém, especificamente do Natal.
Acho estranha essa postura do mercado editorial, até em termos de marketing. A dramaturgia, por sua vez, explora, e muito bem, o tema. São inúmeros os filmes com histórias alusivas à data, antigos e recentes, que os canais de televisão, em especial os de TV a cabo, exibem nesta ocasião. Há livros, sim, com o tema Natal, mas no mercado editorial norte-americano e no europeu. Por aqui...
Já escrevi a esse respeito dias atrás e destaquei o temor de muitos escritores em abordar um assunto que consideram “tão batido”, de mais de dois mil anos. A maioria teme ser repetitiva ou descambar para a pieguice. Bobagem. O sujeito verdadeiramente criativo sempre encontrará um ângulo novo a abordar ou escreverá alguma história rigorosamente original, já que estas ocorrem em profusão, na vida real, a todo o momento. Os roteiristas de cinema sabem disso e se aproveitam do precioso “filão” temático.
Textos esparsos, alusivos ao Natal, há, até, em boa quantidade na literatura brasileira. O que é raro são livros a respeito. Conheço, por exemplo, uns quatro ou cinco poemas natalinos geniais de Carlos Drummond de Andrade (o que não me surpreende, por se tratar de quem se trata). Descobri, também, textos de primeiríssima de Manuel Bandeira, Cecília Meirelles e Mário Quintana, entre outros. Não faz muito, li um conto genial de Lygia Fagundes Telles alusivo ao Natal.
Mas, cá para nós, o assunto mereceria muito maior atenção tanto dos escritores, quanto das editoras. É verdade que estou advogando em causa própria. Por que? Porque esse é um dos dez temas que mais tenho explorado em minha obra literária. Minha “perda de virgindade” no mercado editorial foi com um livro intitulado “Quadros de Natal”. Vendeu tanto, que não resta na praça um reles exemplar para “remédio”.
Não achei nenhum sequer nos tantos sebos que há espalhados pelo Brasil. Já estou, até, cogitando do seu relançamento, com acréscimo de dois ou três novos contos. E não é só isso. O meu primeiro romance (em fase de revisão), intitulado “O Sinterklaas de Roterdam”, trata do principal personagem de Natal na Holanda. Sinterklaas é a forma como os holandeses chamam Santo Klaus, ou, para nós, São Nicolau, inspirador do “profano” Papai Noel.
Crônicas natalinas, então, escrevi aos montes. Para o leitor ter uma idéia de quantas, basta informar que nos últimos cinco anos, tenho escrito dez delas a cada Natal (além de dois contos anuais), perfazendo um total de 50 no primeiro gênero (só nesse período) e dez histórias. E por que essa produção massiva?
Para atender os dez sites dos quais tenho o privilégio e a honra de ser cronista semanal fixo, com cada qual deles exigindo de mim textos exclusivos. Desses espaços, destaco o Planeta News, sediado em Miami, por sua abrangência, já que é voltado à comunidade brasileira no Exterior. Enfatizo, ainda, o “A Turba Literária”, onde sou titular da coluna semanal “O Sino de Ouro”.
E por que essa minha obsessão em escrever tanto sobre o Natal? Por motivo simples e lógico. Por se tratar do maior evento de todos os tempos para a humanidade. Após o nascimento de Cristo (e até os empedernidos ateus admitem a importância desse maiúsculo personagem), o mundo nunca mais foi (e creio que jamais será) o mesmo. É questão, pois, até de coerência quanto à minha visão de vida e aos princípios e valores que me norteiam.

Boa leitura.

O Editor.

Um comentário:

  1. Estou ciente de toda o simbolismo que
    rodeia o Natal. Mas para mim, Natal
    era ficar rodeando as pernas da minha
    mãe enquanto ela preparava a rabanada.
    Era chorar com ela sem nem mesmo imaginar o motivo. Era ver a alegria dela em nos ver
    brincando com aquelas bonequinhas de cabelos
    mal colados, mas para nós princesas.
    Perpetuo as tradições por conta dos filhos
    e sobrinhos. Perdoe-me Pedro se não compartilho
    da mesma alegria, quem sabe um dia...
    Beijos querido editor.

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