sexta-feira, 30 de outubro de 2009




Não há ciência nem luz no amor

* Por Solange Sólon Borges


É preciso algo de ordem ou de sonhos quando as luzes dos meus amores iluminam mil varandas e canteiros. É preciso ofertar esta rosa vermelha para girar a chama lenta do seu peito a exalar o perfume deste meu travo de alegria.

Minhas dores são cacto. Meus amores, cravo. E meu olho arde e vigia sua boca nua. Quero água e ervas, a língua repleta de palavras fáceis como a dos meninos inocentes que não temem a violência da sombra do meio-dia.

Veja esta rosa vermelha que lhe oferto, raízes expostas com seu repertório de pequenos espasmos de anjos que cantam noite adentro, saudando cada pétala com suas asas recolhidas.

Não há ciência nem luz no amor. Só esta rosa vermelha que tenta deter as liras da minha loucura que foge aos bandos levando minhas febres oceânicas e o meu silêncio.


* Jornalista, dedica-se a diversos gêneros literários. Entre outras atividades, atua em alguns programas “O prefácio”, sobre livros e literatura. Um deles é o programa Comunique-se, levado ao ar pela TV interativa ALL TV (2003/2004). Apresentou, também, “Paisagem Feminina”, pela Rádio Gazeta AM (1999), além de crônicas diárias na Rádio Bandeirantes e na Rádio Gazeta — emissoras das quais foi redatora, repórter, locutora e editora.

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