terça-feira, 21 de julho de 2009




Sonhos em noites de verão

* Por Evelyne Furtado

Temo a próxima palavra com receio de macular o sonho. Preservarei o estado de alma a todo custo e , portanto, serei breve ao me expressar.

O medo já foi vencido pela vontade quando deixei crescer minhas asas antes cortadas Voei quase às cegas, mas pouco me importava o que via durante a travessia.

O destino, sim, era importante e me atraía como imã. Lá encontrei pão e vinho. Doce e sal. Foz e cais. Renovei as energias na mesma fonte em que as gastei. Fartei-me no teu olhar. Não dormi; sonhei para não despertar.

Ri das mesmas piadas e adquiri novas para permanecer sorrindo, ainda assim chorei, mas chorei com doçura.

Fui à festa com a melhor companhia. Dançamos os passos ensaiados e improvisamos outros sem medo de errar.

Quis trazer sua gravata, mas você trocou por um cravo que guardo em meio às melhores sensações.

Retorno com o corpo cansado, mas com a alma tão leve que a qualquer momento posso sair pela janela a levitar.

Dormirei. Talvez o sono seja, no momento, a única forma de manter o sonho acordado em mim.

* Poetisa e cronista de Natal/RN

5 comentários:

  1. Que sonho de texto. As noites de verão de Natal certamente são muito inspiradoras, e você, Evelyne, sabe aproveitá-las e traduzi-las em bela literatura. Parabéns.

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  2. De um sonho assim, ninguém quer despertar. Pois, se é pra manter o idílio, que continue. O amor salva vc e o mundo nesta época em que os brutos rosnam e submetem mais que nunca. Parabéns, Eve!

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  3. Obrigada, meu amigo, Marcelo. Obrigada, Daniel.
    Bjs e uma ótima noite para vocês.

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  4. Uma brincadeira inteligente entre o dormir, e o sonhar, entre o sono, o sonhar acordado e o despertar. Tudo isso para valorizar o amor idealizado, que, parece, passa longe do real. Bonito jogo de palavras!

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  5. Sonho e realidade agradecem sua leitura , Mara.
    Beijão

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