quarta-feira, 29 de julho de 2009




Que se torne realidade

* Por Seu Pedro

Sonhei, uma noite destas, com Deus, que ao lado do seu filho Jesus, veio me trazer a noticia que não me quer no céu, pelo menos por enquanto. Vai alongar meus dias de vida. Mas não me garantiu dobrá-los, como sempre costumo Lhe pedir. Mas quero que me dê pelo menos uma ou duas décadas. Porém, como em tudo devemos oferecer uma contrapartida, embora ele não me tenha exigido, voluntariamente disse que vou capinar no terreno de minha vida algumas ervas daninhas que me pesam conviver. Para que Deus não pusesse as mãos na cabeça e indagasse:: “Mais uma?”, já lhe fui garantindo que não fundarei nenhum templo, nem um guichê de arrecadação.

Quando se amadurece, alguns desejos de adulto, da segunda idade, vão deixando de ter sentido É como as crianças que, ao se sentirem adolescentes, largam os carrinhos de plástico e as bonecas, para se encontrarem com uma nova realidade. Não devemos ter a idéia, ao chegar à terceira idade, que estamos conservados no vinagre e sal. Somos, sim, o Sal da Terra, oferecendo o tempero de nossa experiência, que só os muito privilegiados conquistam em tenra idade. Ai é que descobrimos que ser útil é bom. Pena que já não possamos, na terceira-idade, ir para as portas dos supermercados ajudar as mocinhas do passado, carregando as sacolas, aliviando os corpos curvados pelo tempo, e que os netinhos teimam em dizer; “Ah! Vovó ainda está forte”.

Imaginem eu, com dores nas pernas, coração operado, o diabete em alta pelas doçuras da vida, ter que atravessar correndo uma larga avenida, fugindo dos carros loucos, olhando se não aparecem motoqueiros costurando o trânsito! E ainda mais se eu estiver ajudando a um deficiente visual a atravessar o mesmo trecho! Ajudar ao cego atravessar a rua é tarefa que os jovens deveriam se preocupar, independente de serem escoteiros. Cada um na sua. Então, no que posso fazer, em uma obra de propagação do amor Dele por nós? Há a idade de contar experiências a terceiros, falar do amor de Deus por nós, resgatar vidas com o que de mais poderoso existe na face da terra, a palavra.

É da palavra que surgem as guerras, e é da palavra que vinga a paz. Estou na época de usar minha palavra para promover a missão do cristão: falar das coisas de Deus, sem demagogias, sem promessa de políticos e menos ainda sem promovet confrontos com adversários de fé, pois se estão errados, não sou eu que julgarei. Pra mim o bastante é que tenham fé. O máximo que devo fazer é encaminhar, através das minhas orações, um relatório sobre meu irmão pedindo por ele para que este nunca adoeça. Relatarei se meu irmão já abandonou ou abandonará o vício, mas jamais o proibirei, pois assim estaria indo contra o livre arbítrio. O conselho é que cada um busque a paz interior. Afinal, cada um é réu de suas próprias atitudes.

(*) Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi, Bahia.

Um comentário:

  1. Somos o produto das nossas escolhas e não das escolhas do outro. Faz bem em ajudar, e de sugerir que cada um encontre a sua paz interior.Para isso é indispensável que esse alguém tenha feito as escolhas certas em épocas passadas. E nem sempre isso é verdadeiro.

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