quarta-feira, 24 de junho de 2009




Quero ser sol, mesmo na madrugada

* Por Seu Pedro

O que é ser sol? É iluminar, tão intensamente, que nenhuma sombra consegue apagar a sua luz. Isto a qualquer hora. Há quem duvide que o sol também esteja aceso à noite. A isto eu chamo de incredulidade e ainda falta de conhecimento da rotação e translação da Terra. É também não buscar conhecer os mistérios, nem tão misteriosos, de nossas vidas.

No metafórico, ser sol é iluminar as pessoas, proporcionando-lhes o conhecer do que você já sabe. Por exemplo, eu sei que existe Deus, então por que ocultar essa luz? Ela é tão intensa, que aumenta a intensidade deste pequeno sol, que sou eu. Meu calor, no entanto é menor.

Falando em sol, falam-se coisas engraçadas dele, mas isto é vício de linguagem, nada de pecado nem de suicídio. Há que diga “vou sentar no sol”. Imaginem esta pessoa voltar à Terra com o “bum-bum” assado! Isto, se voltar, não se perdendo na Via Lacta e indo habitar em uma estrela qualquer.

Se apenas captamos a luz do sol, nos colocarmos como espelho, e aí sim transmitimos, estaremos expostos ao sol, sem querer nele sentar e contribuir com os nossos gases para maiores explosões dos que as criadas pela natureza.

Ser sol é algo bom, gratificante, à medida que também há quem nos ilumine, e assim nos possibilite transmitir o bem, o coerente da vida, e outras qualidades que vão sendo esquecidas. Aprendi, desde jovem que, ao se abrir uma porta real, poderemos, logo a seguir, abrir outra abstrata. Assim procuro conhecer meus direitos, mas também meus deveres;

E, como digo em uma palestra dirigida a alunos de segundo grau, nos deveres temos a obrigação da gentileza para com o próximo. E nada melhor do que algumas palavras mágicas; bom dia, boa tarde, com licença, até outro dia, posso ajudar, tem razão, sim senhor, sim senhora, por favor. Aos mais velhos chamo de senhor.

Não gosto, confesso, quando alguém mais jovem, dirigindo-me a palavra, chama-me, secamente, de Pedro. Isto me dá pena daquele jovem que, se mostrando íntimo, fecha a porta abstrata da simpatia. Concordo até que haja um exagero em alguns tratamentos. Por exemplo,. chamamos de doutor qualquer homem que esteja de paletó e gravata. Não é a roupa que faz ao homem abrir portas. São a veste e a linguagem próprias para cada ocasião. O sol, enquanto escondido de nossa visão, estando do outro lado da Terra, continua a ser sol, mesmo de madrugada.

(*) Seu Pedro é o jornalista Pedro Diedrichs, editor do jornal Vanguarda, de Guanambi, Bahia.


Um comentário:

  1. O terno abre portas insuspeitadas, e como abre. Quem já experimentou chegar de bermuda e logo depois de terno, sabe que as mesuras ampliam-se. As pessoas bem vestidas podem até não ser sol, mas brilham, mesmo que não queiram.

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