quinta-feira, 21 de maio de 2009


Escrever correto e bem

Muitos confundem o escrever com correção com o “escrever bem”. Ademais, redigir sem erros de grafia, concordância, regência, pontuação, acentuação etc. não é nenhuma façanha. É obrigação do profissional do texto, notadamente do escritor. Claro que a escrita ideal é a que expõe grandes idéias, magníficos enredos, sentimentos transcendentais, com perícia e com irrestrito respeito às normas cultas do idioma.
Todavia, pode-se escrever um excelente texto, com precioso conteúdo, mas eivado de erros gramaticais. No outro extremo, é possível se produzir uma peça supostamente literária, rigorosamente correta em termos de regras de gramática, com expressões eruditas, carregada de criativas metáforas e ainda assim ser ruim. Ou seja, quando filtrada pelo filtro da razão e do bom-senso, revela-se vazia, neutra, inútil e desnecessária.
Há inúmeros redatores (jornalistas, assessores, roteiristas e até escritores) que acham que se utilizar de “pirotecnia verbal” é escrever bem. Não é. A boa escrita (além da sua correção), tem substância, conteúdo, vida e alma.
Como editor prefiro muito mais trabalhar com um texto com uma infinidade de erros de grafia e concordância, mas criativo e original, do que com outro rigorosamente correto, aparentemente brilhante, mas que não diz nada com nada.
O primeiro, após criteriosa revisão, brilha, encanta, comove e faz sucesso. Do segundo, mesmo que inconscientemente, o leitor passa batido. Não contém coisa alguma que o atraia, agrade ou lhe seja útil. Conteúdo, portanto, é um dos critérios (aliás, o principal) utilizado para a seleção dos textos a serem publicados no Literário.

Boa leitura.

O Editor.

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